O derretimento global de gelo está se intensificando
O que a ciência diz...
A redução do gelo marinho do Ártico, durante o verão do hemisfério norte, foi do tamanho da Austrália Ocidental, podendo desaparecer completamente em uma década.
O gelo não está derretendo
Graças à recuperação rápida dos últimos meses, os níveis globais de gelo marinho estão iguais aos observados 29 anos atrás, quando o ano de 1979 chegava ao fim. De fato, a taxa de aumento desde setembro foi a mudança mais rápida já registrada, para cima ou para baixo. Os dados foram apresentados pelo Centro de Pesquisa em Clima Ártico da Universidade de Illinois (Arctic Climate Research Center), e derivam de observações de satélites nas regiões polares dos hemisférios sul e norte (Daily Tech).
O gelo está derretendo em ritmo acelerado no Ártico, Antártica, Groenlândia e em geleiras por todo o mundo.
Os mantos de gelo estão começando a diminuir
Um manto de gelo é uma grossa camada de gelo terrestre. Os únicos mantos de gelo estão na Antártica e na Groenlândia.
O manto de gelo da Groenlândia está perdendo massa a um ritmo acelerado. Nos últimos anos a perda de gelo tem se expandido da costa sul em direção ao noroeste.
Variação de massa do manto de gelo da Groelândia, em gigatoneladas, entre os anos de 2003 e 2010. (Fonte da imagem: Climate Signals.)
Igualmente, a Antártica também está perdendo gelo num ritmo acelerado. A Antártica se divide, basicamente, em dois mantos de gelo distintos, Antártica Ocidental e Antártica Oriental. O manto da Antártica Oriental, muito maior do que o da Antártica Ocidental, era considerado estável até recentemente, mas também começou a perder gelo.
(Variação de massa dos mantos de gelo da Antártica, em gigatoneladas, entre os anos de 2002 e 2009. Fonte da imagem: NASA.)
As plataformas de gelo estão colapsando
Plataformas de gelo são placas de gelo espessas, flutuantes, que se formam quando as geleiras escorrem da terra para a superfície do oceano.
A Península Antártica está aquecendo rapidamente. Várias plataformas de gelo já colapsaram completamente, incluindo uma que cobria 3.250 km2, quase duas vezes a área urbana de Sydney.
(Ver animação: National Snow and Ice Data Center.)
Geleiras estão se retraindo
As geleiras estão se retraindo ao redor da Terra. Embora possamos apontar algumas geleiras em particular as quais estão crescendo, os glaciologistas buscam avaliar tendências na massa total das geleiras ao redor do mundo. Está claro que as geleiras estão perdendo gelo num ritmo acelerado.
Variação cumulativa do volume das geleiras, em escala global, entre 1850 e 2010. (Fonte da imagem: Cogley 2009.)
E, apesar de toda a publicidade sobre um certo erro no relatório do IPCC de 2007, as geleiras do Himalaia estão de fato derretendo.
O gelo do mar austral não está fazendo muito
O gelo marinho flutua sobre a superfície do oceano, e não deve ser confundido com os mantos de gelo terrestres. Embora o manto de gelo da Antártica esteja perdendo massa, a extensão de gelo marinho ao redor da costa do continente tem crescido ligeiramente.
Isso acontece por uma variedade complexa de fatores, e a despeito do aquecimento do Oceano Austral. Espera-se que essa tendência se reverta nas próximas décadas, à medida que a Antártica continue aquecendo.
Gelo marinho do Ártico em uma espiral da morte?
O gelo marinho do Ártico se expande e se contrai sazonalmente, com o mínimo anual em Setembro. Em setembro de 1979, quando os satélites o mediram pela primeira vez, a extensão do gelo tinha praticamente o tamanho da Austrália. Desde então ele reduziu cerca de um terço, equivalendo a perder a área da Austrália Ocidental - superando todas as projeções.
Extensão do gelo marinho do Ártico (mínimo anual de setembro, em milhões de km²). Linha preta indica projeções do IPCC entre 1900 e 2100. Área em azul indica o intervalo possível (entre valores mínimos e máximos). Linha vermelha indica observações de satélite iniciadas em 1979. (Fonte da imagem: Copenhagen Diagnosis.)
O ano de 2010 teve o terceiro nível mais baixo já registrado (depois de 2007 e 2008). Duas expedições circum-navegaram o Oceano Ártico em um único verão, algo impossível alguns anos antes ou em qualquer momento da história documentada.
Negacionistas afirmam que o gelo do Ártico "se recuperou" desde a baixa extensão registrada em 2007. Mas o gelo marinho tem três dimensões, e continuou a diminuir rapidamente. Os dados de volume de gelo mostram uma imagem ainda pior: na verdade o Ártico não perdeu um terço mas sim dois terços do gelo de setembro. Além disso, o volume alcançou o registro mais baixo em 2010 - não é um sinal encorajador de recuperação.
O ano de 2010 abriu caminho para o degelo contínuo. No final do verão, 86% da cobertura de gelo tinha menos de dois anos de idade, um recorde; o gelo com mais de cinco anos havia praticamente desaparecido. O gelo novo é mais fino e muito mais fácil de derreter do que o gelo antigo.
Idade do gelo marinho ao final da estação de derretimento no Ártico. Em roxo, gelo com menos de um ano de idade; em azul claro, de 1 a 2 anos; em verde > 2 anos. Azul escuro indica o oceano e marrom/cinza indica área terrestre. (Fonte da imagem: National Snow and Ice Data Center.)
Agora, verões sem gelo serão, provavelmente, inevitáveis, mas não está claro em quanto tempo isso irá ocorrer porque o Ártico está derretendo muito mais rápido do que qualquer modelo previa. Mark Serreze, Diretor do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos, diz que estaremos “olhando para um Ártico sazonalmente sem gelo em vinte ou trinta anos.” Alguns cientistas argumentam que o gelo de setembro poderá desaparecer na próxima década.
Refutação básica escrita por James Wight
Atualizado em Julho de 2015:
A seguir uma videoaula relacionada ao tema, do curso online Denial101x - Making Sense of Climate Science Denial
Última atualização em 13 de Julho de 2015 por MichaelK. Ver Arquivos
Translation by claudiagroposo, . View original English version.
Argumento cético...